Praganas - A maldição silênciosa


Quantos dos nossos fieis amigos morrem por ano vítimas delas?
 


Mas, afinal, o que são as "praganas" ou "sarugas"? São "prolongamentos finos e pontiagudos da inflorescência da espiga em gramíneas como o trigo, o centeio, a cevada, etc". (SIC: Priberam dicionário).
São mais comuns nos meses de Junho, Julho e Agosto, dependendo da espécie de onde provêem. Estão lá, no terreno, mas ninguém lhes dá grande importância até serem inaladas pelos nossos canitos. 
Normalmente esse momento até passa quase despercebido. Apenas se manifesta por algum espirro e tosse ligeira. Com tanta vontade de realizar o seu trabalho, o cão (na ocasião), não acusa a gravidade do que acabou de acontecer. Isso está reservado para os dias seguintes...



A pragana tem farpas muito pequenas que, na maior parte da vezes, não são visíveis a olho nú. Essas farpas não permitem que ela se movimente para trás, sendo o único trajecto possível para a frente. Por isso é muito difícil que inverta a sua marcha. Já vi casos em que migraram, paulatinamente, para a pele e outros, mais graves, que vieram a atingir órgãos vitais, provocando a morte do cão.




O diagnóstico não é fácil, porém o tratamento ainda é mais difícil! 
As praganas não são detectáveis no RX, uma vez que não são radiopacas. Por isso é muito importante que nós (donos), saibamos reportar com a máxima exactidão possível ao veterinário as circunstâncias que antecederam os sintomas. Por sua vez, o veterinário experiente poderá acautelar situações extremas que poderão levar a um fim trágico. Ainda que tal aconteça, é preciso que nós tenhamos consciência que há pouco a fazer, por muita que seja a boa vontade e o conhecimento destes.







Pessoalmente apenas tive um caso cá em casa. Por graça divina, sorte ou arte mágica, a situação resolveu-se por si, ao fim de dois meses e meio. Foi expulsa espontaneamente através de um acesso de tosse. Mas isso acontecerá a menos de 5% dos casos.





 

As praganas também podem estar alojadas na pele, no nariz, nas patas e mesmo dos ouvidos.





O acto de caçar nunca é isento de riscos para quem nele tem um papel activo. Isso incluiu, cães e caçadores. Não podemos contornar esse facto, mas podemos sempre ter uma atitude defensiva.
Estou convencido que a única coisa que podemos fazer é ter uma acção preventiva. Evitar situações em que os canitos possam estar em contacto com elas durante os meses de maior afluência. 
Fazer um exame minucioso dos cães, quando chegamos a casa, pode fazer toda a diferença.

Perder um dos nossos maiores amigos, ainda para mais quando ele nos tenta agradar e numa situação a que fomos nós que os expusemos, deve ser motivo para a maior dor.

Cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém. 
RB