Desculpem-me, mas não tenho de pedir desculpa





Confesso que quando criei este blogue, em 31 de Dezembro de 2015, nunca imaginei que cinco anos depois estaria a desviar-me do seu objectivo inicial e tão preocupado com coisas que, nessa altura, seriam mera ficção, ou fariam parte de um pesadelo.
Este espaço da blogosfera foi criado na optica da partilha. A partilha de experiências, momentos e valores. Mas, e acima de tudo, a partilha de uma grande paixão: a caça, o mundo rural e a nossa fantástica gastronomia. Estava destinado ser um cantinho de prazeres e sentidos. Daí o seu nome: "Os 5 sentidos da caça".
Passados estes anos, dou comigo a lutar por tudo isto. Lutar por poder caçar; lutar pelo mundo rural; lutar pelas nossa tradições e costumes.




Não sou politico, nem dirigente de qualquer destes sectores da sociedade. Sou um simples cidadão que nasceu e sempre morou na cidade. Não tenho raízes no campo, nem tenho caçadores na família. A minha ligação a tudo isso surge já depois de adulto e de poder escolher as minhas paixões.
Durante a minha vida tive a sorte de encontrar as pessoas certas e que me orientaram nessas várias vertentes. Mostraram-me como era a vida fora da cidades e o que a natureza tinha para me oferecer., Mas, acima de tudo, ensinaram-me a respeitá-la, a entende-la e a usufruir dos seus momentos. Por tudo isso é que: - É no campo que eu me sinto bem!



Presentemente assistimos a um violento ataque a quase tudo que diz respeito à caça e ao mundo rural na sua generalidade. A ditadura do gosto que se instalou em Portugal, exacerbada até ao extremo por partidos radicais - e não apenas animalistas - que tudo fazem para encontrar motivos que justifiquem as proibições. A palavra "proibição" ganhou um novo significado: -"Se eu não gosto, proíba-se".




Qualquer fundamentação que possa ser apresentada, esbarra sempre numa alegada "evolução da sociedade". Nós somos os retrógrados, os primitivos, os involuídos. 
Querem transformar a nossa sociedade, numa bolha acéptica, inodora, insípida e assexuada, onde (até!), todos temos de comer com a quantidade de sal estipulada pelo estado. 







No que à actividade cinegética diz respeito, os partidos animalistas continuam na sua saga. Proibição, proibição, proibição. A Disneyzação da sociedade é digna de um filme de Domingo à tarde: "Caçador mau VS Bambie", ou "O Rei leão é amigo"...
As campanhas de intoxicação da opinião pública começam logo nos bancos da escola, com o passar da mensagem que os caçadores são homens maus que matam os bichinhos.




À boleia de uma pretensa noção de "bem estar animal", orientado para os animais de estimação, querem transportar esses conceitos para a natureza em si, juntamente com os seus habitantes. Para esses tenho uma má notícia: a Natureza é naturalmente violenta! Aí sobrevivem os mais fortes. Não existem lobos a dormir com as ovelhas, nem galinhas de braço dado com  as raposas...  

Mas, na realidade, não é meia dúzia de animalistas urbanóides que me preocupa. A sua expressão nacional é residual. Porém o trafico de influências politicas por onde se movimentam, isso já são outros quinhentos. Estes usam as suas exigências extremistas como se de um "Queijo Liminiano" se tratasse. E, no final, após os tais acertos políticos estratégicos, acabam por levar a água ao seu moinho.




Independentemente dos jogos de bastidores e do politicamente correcto, há uma coisa que eu nunca irei fazer. Nunca pedirei desculpa por exercer uma actividade que é legal, regulamentada, para a qual estou legalmente habilitado e pago licenças e taxas ao estado. Não!



Não! Não tenho de pedir desculpa por algo de que me orgulho de ser e fazer.
Não! Não estou a cometer um crime e ainda pago para fazer aquilo que gosto.
Não! Não quero o mundo rural transformado num parque temático onde os urbanitas vão ao fim de semana tirar fotografias bonitas para o Facebook.

Sim! Quero poder amar a natureza na sua essência e tal como ela é. Com bons e maus encontros.
Sim! Quero poder fazer aquilo que gosto e participar activamente no equilíbrio desta.
Sim! Quero ser respeitado nos meus gostos e convicções.