6º Grande Prémio da Serra da Cabreira




A próxima prova de Santo Huberto será no dia 23 de março, em Vieira do Minho. No magnífico cenário natural da Serra da Cabreira e com organização do Clube de Caça e Pesca de Vieira do Minho, cuja tradição em bem receber é já por todos conhecida.
Será uma prova muito exigente a nível físico, não apenas pela altitude 1650m, mas também pela orografia do terreno e o tipo de coberto típico daquela região minhota.

As provas de Santo Huberto são sempre uma boa oportunidade de conhecer novos lugares, outras gentes e as estórias de cada um. Assim, na busca que costumo fazer sobre os locais que visito, encontrei a "Lenda da Serra da Cabreira", que acaba por também estar ligada à caça. Por que se chama Serra da Cabreira e porque o rio que nela nasce se chama Rio Ave? É uma estória de amor que vos relato de seguida:

"Lenda da Serra da Cabreira e do Rio Ave
 Diz-se que certo dia, chegou à Serra da Agra uma moça vinda dos lados da Espanha. Desenvolta, jovem e bonita, chegou à fronteira, que praticamente não existia, e deixou-se ficar com o seu rebanho de cabras, na bela paisagem que a encantava. Diz a lenda, que um cavaleiro muito elegante, numa manhã de Sol quando caçava com outros caçadores pelas redondezas, ficou como que maravilhado diante da moça pastora. 
Cumprimentou-a ternamente: - Bom-dia, linda Cabreira...Tens a luz do Sol no teu olhar. 
Ela sorriu, envergonhada e respondeu com voz trémula: - É dos vossos olhos, Senhor... Eu não valho o vosso cumprimento... 
Então o cavalheiro fez sinal aos seus companheiros para se afastarem e desmontou devagar do cavalo, com um sorriso de promessas:
- Ouve, linda Cabreira... por ti, e só por ti, irei abandonar a caça e ficar neste local... para te adorar!
E assim começou mais um romance de Amor, que durou horas, dias, talvez semanas... Cavaleiro e Donzela trocaram as suas juras, como se só eles existissem no Mundo, ali, os dois sozinhos, recolhidos num recanto paradisíaco da Serra da Agra. Mas tudo tem um fim, diz o Povo e a Verdade. Em certo momento o Cavaleiro lembrou-se que tinha de partir. Obrigações importantes esperavam-no decerto: - 
Escuta, minha bem-amada... Eu vou, mas voltarei o mais rapidamente possível. Já não posso viver sem ti. 
Triste, suspirando, ela apenas confessou: - Nem sequer sei quem sois... Como vos chamais... 
Ele riu, dominador e feliz. - Pouco importa... Sou o homem que tu amas e te ama... Mas se queres saber mais, digo-te que sou o Conde de uma vila próxima e virei buscar-te em breve para o meu palácio. Espera por mim! 
-Esperarei até ao fim da minha vida… E esperou, na verdade, até ficar quase morta de fome, de cansaço e de frio (e de desilusão, também!) 
-Preciso de o encontrar, preciso de o encontrar de novo... nem que para isso tenha de ser ave e voar... 
E chorou. Chorou tanto, tanto, que o caudal das suas lágrimas se transformou num Rio e esse rio foi banhar a terra daquele que a abandonou: "Vila do Conde". E o bom Povo quis perpetuar, com toda a justiça, o amor desgostoso da moça pastora. Por isso, deu à Serra onde ela vivera a sua grande paixão, o nome de Serra da Cabreira e já que ela queria ser ave e voar, passou a chamar ao Rio da Vila do Conde, o Rio Ave..."   (Fonte: https://cm-vminho.pt)

A coisa terá corrido mal por ele ter querido abandonar a caça? Não arrisco uma opinião... De qualquer maneira não deixa de ser interessante.